Reinventando o Ensino para a Era Digital.

Martin Luther King Jr disse em um de seus discursos “A função da educação é ensinar alguém a pensar intensamente e a pensar criticamente. Inteligência mais caráter – esse é o objetivo da verdadeira educação. Contudo, em plena era digital, o currículo evoluiu, mas o modo como é ensinado é praticamente inalterado.

Os sistemas educacionais estão falhando conosco e com nossos filhos por não os preparar para o local de trabalho do futuro. Esta é a principal conclusão de um novo relatório do Fórum Econômico Mundial: Realizando o Potencial Humano na Quarta Revolução Industrial, que apresenta uma série de medidas práticas para alinhar a educação e o treinamento com os requisitos futuros de emprego, que resumo ao final deste ensaio.

As escolas têm tudo a ganhar ao reconhecer rapidamente esse novo cenário e agir agora. O método de ensino atual não treina as crianças a pensar intensa ou criticamente em um mundo cada vez mais digital. Em vez disso, produz graduados com habilidades cada vez mais obsoletas.

Agora, quando (quase) todo o conhecimento está disponível on-line e as máquinas estão superando os seres humanos em tarefas cognitivas cada vez mais complexas, os educadores devem redefinir o “pensamento intenso e crítico”. Em breve, as empresas exigirão funcionários que possam trabalhar com colegas digitais e humanos em projetos cada vez mais complexos e colaborativos. Os métodos de ensino que sempre usamos estão preparando os alunos para fazer isso?

Sejamos claros: a transformação digital da educação envolve muito mais do que simplesmente instalar PCs ou distribuir tablets na sala de aula. A verdadeira transformação significa renovar totalmente o conteúdo e a forma de ensino, bem como o papel do professor e do governo em relação à educação. Veja a tabela comparativa – Fonte Nova Escola- 2012.

A tecnologia, a globalização e agora o COVID-19 acelerando essa mudança, está a remodelar os modelos de negócios em todos os ramos de atividades, criando novos tipos de empregos e descartando os antigos. No entanto, os sistemas monolíticos de educação e treinamento que não responderem a essa tendência deixarão profissionais sem as habilidades necessárias para conseguir um emprego. O impacto será pior para as mulheres que já têm menos de dois terços da oportunidade econômica que os homens têm segundo o Fórum Mundial.

O Fórum Mundial recomenda 8 pontos para a reinvenção da educação para esta nova era de transformação digital.

  1. Foco nos primeiros anos: Reinventar a educação começa na primeira infância, onde o foco deve estar na alfabetização e na leitura. Então é preciso atuar na raiz, na causa do problema. A educação no Brasil é péssima, caímos mais ainda no índice do PISA 2018/2019, abaixo de 480 pontos, somos considerados de baixo desempenho, nossa nota média é 400.8 (veja mapa da OCDE)

  1. Manter-se atualizado: Os currículos de treinamento devem estar alinhados com a demanda do mercado por habilidades – específicas para o trabalho e genéricas, como resolução de problemas e gerenciamento de projetos. O desafio será manter esses currículos dinâmicos e responsivos à evolução das necessidades dos negócios. Na Finlândia, uma das nações com melhor desempenho em educação do mundo, o currículo é atualizado regularmente para fornecer uma estrutura geral, com espaço para adaptação local pelas próprias escolas.
  2. Educação de “código aberto”:Os cursos devem ser inovadores, dinâmicos que provoquem alunos e profissionais a pensar e repensar buscando caminhos alternativos de soluções (como Hackathons) e permitindo a experimentação de novas técnicas.
  3. Retirando os professores do pedestal:Para aproximar a educação e os negócios, o relatório recomenda iniciativas como “estágios” de professores nas empresas, orientação no local de trabalho e envolvimento do setor privado na formação de professores.
  4. Proporcionar aos alunos uma noção do mundo real do trabalho:permitir e estimular que alunos devem experimentar continuamente o mundo do trabalho através de estágios e treinamento contínuo na carreira – para ajudá-los a ver uma variedade de opções de carreira e as habilidades necessárias.
  5. Balanceamento de teoria e prática:Essa abordagem não apenas cria um excelente conjunto de talentos, mas também facilita a transição da escola para o mundo do trabalho.
  6. Fluência digital: professores e alunos precisam se adaptar e desenvolver habilidades digitais.
  7. Estudar sempre:Dada a rápida evolução do mercado de trabalho, os trabalhadores não podem mais contar com apenas uma qualificação ou conhecimento limitado para sustentar carreiras de longo prazo. É necessário se comprometer com uma aprendizagem ao longo da vida, para que continuem desenvolvendo suas habilidades ou até mesmo treinando novamente para novas funções. Este seja, provavelmente o grande foco das áreas de Recursos Humanos das organizações que queiram manter seus profissionais com habilidades para acompanhar as mudanças constantes do mercado.

A quarta revolução industrial transformará o mundo do trabalho como o conhecemos, ainda não usamos 1% de sua capacidade já prevista e ela continua se desenvolvendo. O relatório do Fórum Mundial sugere que, a menos que os sistemas educacionais monolíticos possam ser reformados e se tornar mais ágeis, sua herança será assombrar a capacidade de prosperar das gerações futuras.

por Carlos Magalhães – Xcellence & Co.
carlos.magalhaes@xcellence.com.br

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