Adapte sua organização para trabalhar no conceito de um crowdsourcing.

Diante de uma pressão cada vez maior para inovar e já que o COVID-19 mandou todo mundo para casa, desconectando a empresa fisicamente, surge um grande desafio: como podemos ganhar eficiência, melhoria contínua e inovação neste modelo de trabalho: parte na empresa, parte remota?

Que tal utilizar como estratégia o conceito de crowdsourcing?

Recorrendo ao dicionário: Crowdsourcing (em português, contribuição colaborativa ou colaboração coletiva) é uma palavra-valise da língua inglesa. É composta de crowd (multidão) e outsourcing (terceirização). Ainda recorrendo… uma palavra-valise é formada pela união de pedaços de duas outras palavras existentes na língua, exemplo, o nosso conhecido: Falo “portunhol”.

Depois de estudar diversas definições de crowdsourcing na literatura científica e popular, Enrique Estellés-Arolas e Fernando González Ladrón-de-Guevara (ambos professores da Universidade de Valência – Espanha) desenvolveram uma nova definição de integrada:

“Crowdsourcing é um tipo de atividade on-line participativa em que um indivíduo, uma instituição, uma organização sem fins lucrativos, ou a empresa propõe a um grupo de indivíduos de conhecimentos, heterogeneidade e número variados, através de um convite aberto e flexível, o compromisso voluntário da realização de uma tarefa. O compromisso da tarefa, de complexidade variável e modularidade, e na qual a multidão deve participar trazendo seu trabalho, dinheiro, conhecimento e / ou experiência, sempre implica benefício mútuo. O usuário receberá a satisfação de um determinado tipo de necessidade, seja ela, econômica, de reconhecimento social, de autoestima, ou o desenvolvimento de competências individuais, enquanto o crowdsourcer vai obter e utilizar a seu favor o que o usuário trouxe para o empreendimento, cuja forma depende do tipo de atividade definida”.

Excluindo-se a parte do sem fins-lucrativos e compromisso voluntário, podemos adaptar para as nossas atuais necessidades e condições como: Canalizar as demandas para resolver um problema e inovar produtos e serviços entre um grupo de colaboradores – empregados e fornecedores – para, por exemplo, melhorar um determinado processo, desenvolver uma nova tecnologia, realizar uma tarefa de design, refinar ou desenvolver um algoritmo, analisar grandes quantidades de dados e a criar novos produtos inovadores para atendimento ao cliente.

Se estruturadas corretamente, este tipo de ecossistema de relacionamento irá, não somente, ser uma resposta metodológica ao trabalho à distância como mudará os conceitos de avaliação de desempenho de um profissional e de contratar um fornecedor, só para começar.

Neste sentido podemos dar foco a um grupo de trabalho atuando de maneira sincronizada e alinhada com a estratégia e direcionadores da organização. Um bom exemplo é o que usamos no que chamamos de Centro de Excelência (CoE).

O CoE é um método operacional prático e um meio eficiente de coordenar a resposta ativa de uma organização a uma grande crise. É formado por um grupo de competências técnicas com autoridade, liderança e domínio sobre os processos operacionais que redesenham e testam abordagens rapidamente, aprofundam as soluções mais eficazes e avançam na mudança do ambiente da organização para evoluir perante a nova era social e econômica que poderá surgir e tornar a empresa RESILIENTE. Neste sentido podemos, dentro deste modelo criar grupos com focos específicos, gerenciados e interligados para que não se percam como ilhas de iniciativas, assim podemos organizar dentro de um espectro resolução de problemas, de baixa a alta complexidade, ou da criação ou desenvolvimento de um novo produto ou forma de trabalho, baseada em um número limitado de domínios de conhecimento, estendendo-se a um protótipo de trabalho altamente complexo de, digamos, um novo canal de vendas exigindo integração entre vários domínios de conhecimento.

Criar conexões entre indivíduos para aprender uns com os outros dentro de uma coordenação central e com metodologia eficaz para coordenar equipes, sejam internos ou parceiros de negócio ou formar equipes ágeis capazes de lidar com problemas de escopo e alta complexidade.

Conclusão

O crowdsourcing “corporativo”, pode ser uma fonte inestimável de inovação quando o tipo certo de pessoas aborda o tipo certo de problema. Trabalhando em conjunto com o conceito de Centro de Excelência, líderes direcionados para atender o tipo certo de ação como um problema de escopo ou eliminar a complexidade de processos e gerar inovação – mas o emprego bem-sucedido destas técnicas multidisciplinares nem sempre é fácil. Os líderes devem estar dispostos a quebrar paradigmas e vícios gerenciais para aprimorar seus processos rumo à inovação e ao seu crescimento profissional.

por Carlos Magalhães – Xcellence & Co.
carlos.magalhaes@xcellence.com.br

Xcellence & Co.

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