Ajustando as questões tributárias e regulatórias.

Um dos maiores impulsionadores da atual incerteza é o cenário complexo das questões tributárias e regulatórias. Em geral, as empresas sejam elas do ramo de tecnologia, energia, recursos, serviços financeiros, transporte, comércio – a situação regulatória é volátil e propensa a mudanças significativas. Muitas organizações descobriram que essas mudanças afetam seu setor, os mercados específicos em que operam e o ambiente geral dos negócios. Para serem resilientes no ambiente tributário e regulatório, as empresas devem se antecipar às mudanças.

Em alguns casos, mudanças no ambiente regulatório podem alterar fundamentalmente o modelo de negócios. Os fabricantes de automóveis, por exemplo, estão tendo que evoluir suas operações antes de mudar continuamente os padrões de emissões, níveis de poluição e segurança. Aqueles que foram mais inovadores ao fazê-lo perceberão que são mais resilientes às mudanças do ambiente. A COVID-19 causou a dispensa de muitos profissionais, mas também gerou oportunidades para a terceirização de serviços e o desenvolvimento de startups, contudo a carga tributária sobre serviços, em alguns estados do Brasil corresponde a quase 17% do faturamento, sem considerar o atual conflito entre os estados sobre a propriedade de retenção do ISS, que acaba sendo paga pelo profissional empreendedor, enquanto isso, em outros países vizinhos na América Latina – Uruguai, Colômbia preferiram seguir outro caminho, desenvolveram zonas francas de impostos sob serviços, as quais estão atraindo para si processos operacionais (não fim) de multinacionais estrangeiras gigantes que tem seu maior mercado e volume de processamento no Brasil, é uma perda de oportunidade em um sentido muito amplo: perde o país com arrecadação por ganância e má gestão de recursos, perde o profissional brasileiro por desemprego. Os outros países atraem capital estrangeiro e geram emprego ao seu povo. A opção mais simples e mais eficiente, para muitos gestores brasileiros, é aumentar a carga tributária sobre empresas e consumidores, mantendo o Estado seguro, mas a população e o empresariado em restrição de desenvolvimento.

Adotar soluções tecnológicas pode ajudar as empresas a gerenciar problemas de conformidade enquanto avaliam o impacto a longo prazo de outras mudanças necessárias em ordem de criticidade. Compreender como encontrar, reunir e gerir os dados sobre pessoas e empresas são necessários para atender as novas regulamentações mundiais de proteção de dados pessoais o que permitirá que atendam aos requisitos e aprimorem sua reputação.

Aqui no Brasil a LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados foi sancionada em agosto de 2018 e tem como objetivo regular as atividades em relação aos dados pessoais dos cidadãos. A versão brasileira é baseada na Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR) na União Europeia, que passou a ser obrigatório em 25 de maio de 2018 e aplicável a todos os países da União Europeia (UE) e originou-se do California Consumer Privacy Act of 2018 (CCPA), nos Estados Unidos, implementado através de uma iniciativa em âmbito estadual, na Califórnia, devido a investigações de informações de usuários sendo disponibilizados de forma indevida do Facebook para as campanhas das eleições á presidente daquele país. No Brasil há investigações similares em andamento.

A LGPD foi sancionada em agosto de 2018, deveria entrar em vigor em agosto de 2020, mas foi prorrogada para agosto de 2021. Enquanto muitos empresários e políticos respiram aliviados por um problema a menos para se preocuparem durante a crise do COVID-19, lá fora, os investidores que pensam em investir no Brasil passam a ter uma dúvida a mais se o Brasil é um lugar confiável para se investir. Pode parecer um exagero, mas aos olhos internacionais o Brasil tem dificuldades de ser transparente em suas informações e possui alto índice de corrupção e prorrogar uma lei que garante o direito à informação de sua propriedade “perturba” empresas internacionais que tem acordo de conformidade com regulamentações como a Sarbanes-Oxley (SOX) deixando-os , por estatuto, de investir em países com determinados níveis de transparência ou segurança de informação. A título de informação, o Brasil, segundo o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) que é o principal indicador de corrupção no setor público do mundo, produzido desde 1995 pela Transparência Internacional e avalia 180 países e territórios e em uma escala na qual o país é percebido como altamente corrupto e 100 significa que o país é percebido como muito íntegro, em 2019, o Brasil obteve 35 pontos, ficando 105º. lugar, muito do longe do que é considerado confiável. Lembra do Uruguai? O país utilizado pelas multinacionais para sediar seus Centros de Serviços e que possuem vantagens tributárias, está 24º lugar.

É hora de agir.

Nenhuma ação, por si só, pode dissipar uma pesada nuvem de incerteza ou mitigar significativamente seu impacto. Mas se as organizações puderem sair de sua trincheira defensiva e tiver suporte e visão estratégica para assumir uma postura mais agressiva, terão mais chances de manter o equilíbrio e moldar seu futuro. Seguir esse caminho exige muita coragem. Os líderes empresarias devem conscientemente rever suas estratégicas processos neste momento, mesmo que as forças de inércia e gravidade as empurram para um resultado previsível e lhes pareçam muito desconfortável.

Procurar parceiros de confiança, confiar em dados corretos e criar confiança entre as partes interessadas servirá como um importante farol nesta tempestade. Em tempos de incerteza, todas as partes interessadas – funcionários, investidores, clientes e fornecedores – precisam de informações para decidir qual caminho seguir e criar suas estratégias pessoais e profissionais para serem mais resilientes e dinâmicos. Nesses momentos, a heurística pode ser reduzir o fluxo de informações – justamente porque os líderes tem menos confiança na precisão de uma projeção ou previsão. Aqui, também, agir contra esta tendência é benéfico. A abertura de canais de comunicação fortalecerá os vínculos entre as partes interessadas e expandirá a visão do que é possível, estimulando a verdadeira cadeia de valor.

Nós nos esforçamos para oferecer às pessoas e organizações oportunidades de alavancar seus empreendimentos e carreiras. Se você deseja obter informações sobre este conteúdo, teremos prazer em trabalhar com você. Envie um email para: contatos@xcellence.com.br e leia o documento sobre Como um Centro de Excelência pode ajudar sua organização em momentos de incerteza.

PDF: CoE como acelerador de Resultados

por Carlos Magalhães – Xcellence & Co.

carlos.magalhaes@xcellence.com.br

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