Lendo alguns ensaios inspirados pelas ideias de Werner Erhard em “A Transformação do Homem” me deparei com uma história muito interessante sobre pulgas…

As pulgas podem saltar extremamente alto, dado espaço de manobra, uma pulga comum pode saltar mais de 80 vezes a sua altura. Se você colocar pulgas em um frasco aberto, eles são totalmente capazes de saltar diretamente para fora do frasco. Mas, se você colocar uma tampa sobre o frasco ou seja, se você fechar o frasco, as pulgas irão pular e bater a cabeça na tampa. Em pouco tempo as pulgas percebem que elas não são apenas incapazes de escapar do confinamento do frasco, mas também percebem que vão bater a cabeça na tampa se saltar tão alto como são habilmente capazes de saltar.

Assim, elas se adaptam ao limite exposto e passam a saltar quase tão alto quanto ao limite imposto pela tampa do frasco – afinal não querem bater a cabeça e tão pouco se arriscar além do necessário. Elas jogam pelo seguro. As pulgas aprenderam a estabelecer limites

Elas aprendem a não saltar tão alto. Elas aprendem que saltar mais alto do que a tampa fechada é inutil. Elas aprendem a não saltar tão alto como elas são capazes de saltar. Elas aprendem a saltar apenas alto o suficiente para não bater a cabeça na tampa.

Mas, então, se você remover a tampa do frasco de novo, as pulgas ainda não irão saltar mais alto do que o limite anteriormente imposta pela tampa fechada – mesmo que aberto, mesmo que elas sejam totalmente capazes de saltar alto o suficiente para escapar das limitações do frasco , as pulgas não saltam – elas aprenderam a se acomodar com os limites.

Muitas abordagens para alavancar ações têm sido como tampas de frascos de inovação nos últimos 20 anos. Claro, que estas abordagens entregam melhorias incrementais , mas mesmo as soluções mais elegantes têm limitado a capacidade das empresas de se adaptar às novas imposições do mercado. Entendo porque, muitas vezes, foram construídas a partir de modelos estáticos com ferramentas táticas para alcançar soluções baseadas nas necessi- dades dos negócios naquele momento.

As empresas hoje são confrontadas com dois grandes desafios:

– Alinhar e organizar seus ativos para executar ações de forma eficiente e de longo prazo, e;

– Superar sua incapacidade de implementar mudanças rápidas o suficiente para atender às condições dinâmicas do mercado.

No passado, e em alguns casos atualmente, nos vemos batendo contra a “tampa”. A tentativa de superar essas limitações com iniciativas táticas e isoladas simplesmente não funcionam. Moral da história: os seres humanos têm muito em comum com as pulgas !?!….humm… precisamos EVOLUIR…

Muitas ferramentas desenvolvidas e implantadas sem um planejamento e alinhamento dos componentes organizacionais (processos – pessoas – tecnologia) como resposta aos problemas têm sido insuficientes para dar agilidade aos nossos processos e operações.

É necessário uma nova maneira de puxar os ativos da organização de uma forma alinhada, dinâmica e fluida.

É aí que Serviços Compartilhados pode ajudar.

Pensar Serviços permite uma nova abordagem unificada e integrada com a capacidade de adaptar e se aperfeiçoar com as exigências do mercado ou com mudanças de estratégia de negócios de forma dinâmica, utilizando-se de práticas de Excelência Operacional.

Um Centro de Serviços Compartilhados deve ser PENSADO como um negócio, cujo objetivo principal é fornecer SERVIÇOS.

Seu produto e principal métrica de desempenho é MELHORIA NA QUALIDADE em busca contínua de EXCELÊNCIA.

Para atingir o estágio desejado de uma Organização de Serviços Compartilhados há a neces- sidade de uma abordagem integrada e de um conjunto de práticas de gestão (ou processos gerenciais) padronizadas, logicamente inter-relacionadas com a finalidade de criar o Modelo de Excelência da Gestão adequado á sua necessidade e maturidade de sua organização.

Mas não podemos fingir que tudo é simples e que simplesmente pode ser simplificado. Temos que quebrar paradigmas, pré-conceitos e sair do conforto para podermos identificar e isolar a complexidade e tornar atividades realmente essenciais, integradas e com valor percebido pela nossa organização.

Pensar Serviços é levantar as tampas dos frascos ajudando-o a criar os recursos necessários em qualquer nível operacional que você esteja.

Pensar Serviços é efetivamente você criar soluções de negócios para verdadeira- mente nos diferenciar naquilo que fazemos.

Pensar Serviços é permitir que sua empresa supere as barreiras da complexidade entre as abrangências geográficas, as ilhas departamentais e integre os seus processos. Isto é EVOLUÇÃO.

Pensar Serviços é o poder de transformar a complexidade em vantagem. Pense nisso.

Só para concluir: Algumas pulgas evoluem seus pensamentos e voltam a pular além dos limites dos frascos.

 

Carlos Magalhães

(carlos.magalhaes@xcellence.com.br)

Carlos Magalhães é sócio-diretor da Xcel- lence & CO. – Assessoria Empresarial e CAP Magalhães – Serviços Empresariais.

Carlos Magalhães is managing partner of Xcellence & CO. – Assessoria Empresarial and CAP Magalhães – Serviços Empresariais.