Enquanto o futuro não chega, precisamos desenvolver novas competências.


A pandemia COVID expôs a “Síndrome de Gabriela” em muitas organizações, nome gentil dado a falta de vontade ou limitação paradigmática que muitos costumavam falar que “sempre fizemos assim” ou “não dá para fazer melhor” ou “não dá para fazer neste prazo “ou em alguns casos piores da síndrome, todas juntas. Aliadas à uma necessidade de trabalho remoto e agora à tendência do aumento do trabalho híbrido, aceleraram as “transformações” digitais que impulsionadas pela necessidade de otimização dos processos e de melhores iniciativas de inovação devido à recorrência de canais digitais para comunicação e comercio dentro das empresas ao longo dos últimos dois anos. Observamos que, além do investimento em novas tecnologias passar a ser prioridade para tornar as atividades mais ágeis e eficientes, a capacitação do capital humano também ganhou destaque nas agendas estratégicas organizacionais.

 

O artigo do Fórum Econômico Mundial, “The Future of Works – 2020”, apontava que 50% das competencias profissionais precisariam ser redesenhadas nos próximos cinco anos e destaca duas delas: a criatividade e a flexibilidade. Além das habilidades tecnológicas, as “soft skills”, que pode ser definido como habilidades interpessoais, apontava a inteligência emocional e capacidade de inovar como premissas básicas de qualquer profissão do futuro. A pesquisa apontava que o mundo da transformação digital exigiria um profissional híbrido ou multidisciplinar, menos especialista e com conhecimentos sobre vários campos e áreas, coincidência ou não, são perfis de profissionais que atuam em ambientes de Serviços compartilhados.

 

Segundo a ManpowerGroup, consultoria internacional especializada em gestão de pessoas concluiu que a pandemia trouxe a aceleração de vários processos que, provavelmente, aconteceriam ao longo desta década e a tecnologia explicitaria traria este diferencial, mas implicitamente somente se os processos fossem otimizados.

 

A revolução causada pela pandemia ainda está mudando completamente as relações de trabalho, a forma que as pessoas se conectam, como estabelecem parcerias, a agilidade com que os processos podem melhorar para se adaptar ao mercado ainda em transformação, as exigências nas mudanças do modelo mental que as pessoas possuem para poderem executar suas atividades e realiza- rem trocas, das quais são necessárias para que o trabalho aconteça e é claro o pessoa da transformação digital para das sustentabilidade e potencializar estas mudanças.

 

Relatório do Fórum Econômico Mundial, “The Future of Works – 2020”, apresentou um conjunto de habilidades que seriam essenciais ao Futuro trabalhador, entre elas estão raciocínio crítico e analítico, solução de problemas, autogestão, trabalhar com pessoas, gestão e comunicação.

 

De modo geral, os profissionais do futuro precisarão desenvolver algumas competências essenciais:

  • CAPACIDADE PARA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
  • PENSAMENTO ANALÍTICO E INOVADOR
  • RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS COMPLEXOS
  • PENSAMENTO CRÍTICO E ANALÍTICO
  • CRIATIVIDADE, MENTE INOVATIVA E TER INICIATIVA
  • CAPACIDADE DE INTERACIONAMENTO COM PESSOAS.

 

Este último é bastante interessante e desafiador, visto que a COVID inicialmente isolou as pessoas, e agora tornaram-nas passíveis de trabalhos remotos de forma praticamente definitiva, em alguns casos, trazendo alguns desafios para a gestão da cultura organizacional e à experiência humana.

 

Já está mais claro no pensamento das pessoas que a tecnologia não veio roubar posições, ou veio tirar espaços no mundo do trabalho – pelo menos para aqueles que não sofrem da Síndrome de Gabriela – pelo contrário, a tecnologia bem aplicada trouxe luz às operações transacionais de uma organização e com um olhar mais valorizado da figura humana começamos a nos ver como seres com competências para alavancar as estratégias de negócios, do que recurso para processamento de transações de sistemas mal implantados ou nativamente ineficientes.

 

Até mesmo a inteligência artificial sempre vai ter um limitador. Embora ela forneça agilidade e a capacidade de processar altos volumes de dados variáveis e trazer-nos respostas rápidas como uma calculadora, o diferencial deve vir, em geral, de uma pessoa, da sua criatividade de inovar, de cocriar e redesenhar algo novo.

 

Mas, como nós não nos preparamos para isso durante a última década – culpa é da Síndrome de Gabriela? – é uma boa justificativa, mas não uma boa resposta – existe um grande desafio no mundo do trabalho que é a escassez de competências. E quando se fala de competências, não é tão somente posições técnicas e específicas, mas também as emocionais.

 

Teremos que passar por uma profunda transformação em competências, do confortável transacional para o novo modelo mental exigido para o já presente e futuro: ser, sócio – ético e ambientalmente responsável, ser eficiente, econômico e atender às expectativas do cliente.

 

As perspectivas para o futuro ainda são um desafio, visto que o mercado, ainda em transformação, está fazendo que com as organizações e a própria sociedade esteja aprendendo como colocar em prática os novos comportamentos sociais com as novas formas de trabalho e das relações pessoais. Segundo ela, existe uma mudança na forma de encarar a força de trabalho, como a valorização dos profissionais mais velhos e de mulheres em posições de comando, por exemplo.

 

Enquanto o futuro não chega…

 

A pandemia também expôs o escritório à competição do trabalho remoto e levantou uma série de questões sobre como ele deveria ser projetado no futuro. Antes, os escritórios eram lugares aonde as pessoas iam para trabalhar e socializa-se, mas com a pandemia, muitos profissionais se viram obrigados a adotar novos modelos de trabalho como o home office.

 

Para além dos novos espaços físicos e do trabalho remoto, as crescentes inovações tecnológicas serão cruciais quando se fala em futuro do trabalho. Segundo dados do relatório “The Future of Jobs 2020”, estima-se que mais de 85% das vagas atuais serão eliminadas até 2025 diante da mudança do trabalho feito por humanos para o feito pelas máquinas. Ao mesmo tempo, novos empregos surgirão, mais adaptados à nova realidade tecnológica e exigindo profissionais preparados para ela, é o efeito esperado da Revolução Industrial, a exemplo de como foram suas três antecessoras.

 

A inteligência emocional será determinante para o profissional no mercado de trabalho do futuro e num cenário de constantes transformações, por exemplo: a disparidade de gênero e o abismo social, foram potencializados pela pandemia, a requalificação e do letramento digital, para que as pessoas possam ingressar e se manter ativas em meio à revolução tecnológica e à crescente automação.

 

É preciso desenvolver competências para enfrentar o “etarismo” (novo nome para velho preconceito), melhorar a equidade de gênero e ainda aumentar as oportunidades para grupos específicos como negros, pessoas LGBTQIA+ e com deficiência. É necessário que desenvolvamos novos olhares para o trabalho com uma abordagem mais humana, compartilhando conhecimentos e coletivamente, esses são alguns de nossos desafios para o futuro do trabalho.

 

por Carlos Magalhães – Xcellence & Co.

carlos.magalhaes@xcellence.com.br

 

Xcellence & Co.

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